4 de fev. de 2011

General Marconi

É triste a forma que (des) governos tratam o funcionalismo público, sendo um modo que colocam professores, médicos, militares, policiais, e os inúmeros integrantes das carreiras do serviço público, submetidos a vedação salarial... Ao atraso mesmo!
Quem de nós não foi abocanhado pelos exorbitantes juros do limite do cheque especial? Com certeza, os que se programam diante da religiosidade do pagamento em dia, e que não dispõe de atividades paralelas, sucumbiram à fome predadora capitalista selvagem. Mais uma vez viramos lucros dos bancos!
Daí, o nosso general de estrelas azuis assume o comando desse Estado. Iniciam-se as medidas e reformas, duras ações preliminares de cunho político-administrativa. Resultado: mês de dezembro/2010 saldado. Herança maldita.
Janeiro se finda, e o nosso general presta contas em cadeia televisiva estadual, no dia 31 de janeiro de 2011. Dentre outras, garante pelo menos 80% dos salários na mesma noite anunciada. Amenizou os impactos. Não fez favor, nem deu esmolas, e nem ouvi promessas mirabolantes… Mostrou a cara!
Não me causou surpresa, quando li no Diário da Manhã de 1º de fevereiro último, na coluna Fio Direto de Taina Borela, que o nosso governador suspendeu o próprio salário até que seja colocada a folha do funcionalismo rigorosamente em dia. Que lição iremos tirar disso? Qual seria essa mensagem simbolizada pelo seu autobloqueio salarial?
Napoleão Bonaparte, magnífico general corso/francês, mais tarde imperador, quando em uma de suas difíceis batalhas, já isolado do mundo, naquele devastador inverno de Moscou, ficou sem abastecimentos para suas tropas, e sem titubear também passou por autoprivações como forma de sinalizar a sua liderança militar e real.
O Rei Leônidas de Esparta, como general, liderava seus espartanos e passava pelas mesmas dificuldades dos demais guerreiros, com um só lema: lealdade e honra! Outro ensinamento de Leônidas: “Em caso de combate, o rei é o primeiro a avançar e o último a recuar.”
General George Patton, com sua autoconfiança americana, na II-Grande Guerra, controvertido, temido pelos nazistas, também mostrou a cara e modificou toda cena de guerra, com seu avanço estratégico, realmente alterou o curso final da II Guerra, nas batalhas das Ardenas. Naquele exato dia 31 de janeiro de 1944, definitivamente empurrou-se as tropas nazistas para além das linhas de frente, determinando a aceleração do fim da grande Guerra.
Duque de Caxias, general por natureza, e marechal brasileiro por posto alcançado, acabou com a “Balaiada”, movimento no Estado do Maranhão de 1837 , tudo por conta do seu descortino administrativo que o permeava, alicerçando-o, mais tarde, na condução da Guerra do Paraguai e para a nossa vitória final em 1869.
Ciro, rei da Pérsia, libertou a Mesopotâmia da tirania do rei Nabonide e pôs fim ao exílio dos judeus na Babilônia. Seus súditos o definiam como tolerante, justo e bom administrador.
Resguardadas as devidas proporções, história, cultura e geopolítica, me atrevo a fazer tais comparativos que me fizeram entender as recentes ações do nosso general Marconi. Mais que um comandante-chefe das Forças Públicas desse Estado, mais que governador dos goianos, quero resumi-lo em uma só palavra: estadista!
Brasil acima de tudo! (Newton Nery de Castilho, major QOPM e juiz militar (CPJ) – nnccombatecrime@hot mail.com / http://nccombatecrime .blogspot.com)

Newton Nery de Castilho é major da PM Goiana e Comandante da 16ª CIPM
Especial para Diário da Manhã

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